KIT-AR: É tempo de conhecer quem já está a fazer

KIT-AR: É tempo de conhecer quem já está a fazer
10
out
2021
Case Studies
NOS
16 minutos de leitura
Atualizado a
21 ago 2024

A KIT-AR, vencedora do Acelerador 5G da NOS, recorre à Realidade Aumentada para criar soluções que permitem aos trabalhadores evitar erros e perdas no chão de fábrica.

Inovar é estar um passo à frente, é encontrar os parceiros certos e ter a determinação para transformar o mundo. Em Portugal, há muitas empresas que já estão a fazer o que ninguém fez, a usar tecnologia e imaginação para criar o futuro. A KIT-AR, com as suas soluções de Realidade Aumentada, é uma dessas empresas. É tempo de mostrarmos quem está a fazer. Porque quem faz, leva o mundo atrás.

Se dúvidas houvesse sobre o interesse em usar a KIT-AR - uma solução que dá aos trabalhadores fabris orientações em Realidade Aumentada, através de headsets AR -, foram afastadas numa visita recente de Manuel Fradinho Oliveira a uma empresa cliente. O CEO da KIT-AR estava a orientar testes para a implementação do sistema, quando de repente um dos conjuntos desses óculos desligou-se e esse trabalhador não atendia o telemóvel. Ao testar o equipamento, que detalha e valida todos os passos a cumprir, o operário reparou que se tinha esquecido de uma tarefa quando ainda nem estava a usar os óculos. Desligou-os para ir logo corrigir esse erro, que teria consequências na produção.

A KIT-AR surgiu da vontade de criar “tecnologia para ajudar o operário no chão de fábrica a ter a informação necessária para realizar o seu trabalho”, explica Manuel Fradinho Oliveira, CEO da empresa fundada em 2018, especializada em Realidade Aumentada. E mais do que simplesmente listar as tarefas no visor dos óculos de realidade mista ou de as detalhar, a solução da KIT-AR passa por “verificar se o que eles fizeram estava bem feito, sempre numa óptica de ajudar o operário a não cometer erros”.

A solução da KIT-AR é uma “tecnologia para ajudar o operário a ter a informação necessária para realizar o seu trabalho”. Manuel Fradinho Oliveira, fundador da KIT-AR

Óculos de realidade mista ou tablets são a face mais visível da KIT-AR, mas a solução divide-se em quatro partes, quatro produtos num só que trabalham em conjunto. “O primeiro ajuda uma pessoa a criar instruções de forma fácil”, começa por explicar Manuel Fradinho Oliveira, “depois temos o device de Realidade Aumentada, que é a projecção de informação digital sobre a realidade. E depois, usamos também nos óculos, a verificação da qualidade. Finalmente, recolhemos a informação da utilização, para aprendizagem e melhoria do processo”.

Tecnologia ajuda a evitar perdas de milhões

Na base desta solução inovadora está a tentativa de reduzir erros em fábricas, que não só se traduzem em perdas financeiras e paragens de produção, como aumentam o desperdício e podem levar a recolha posterior de produtos com defeito, ou até colocar a saúde de pessoas em risco. Questões fulcrais nas áreas de manufacturing da aeronáutica ou do sector automóvel, precisamente aquelas onde a KIT-AR já está mais presente, em função do background profissional de vários dos seus fundadores. “No manufacturing a nível mundial, o revenue é à volta de 35 triliões de dólares. Os estudos mostram que o custo da má qualidade representa 5% a 40% desse valor”, avança Manuel Fradinho Oliveira, detalhando que “cada minuto de paragem numa linha de fábrica pode representar perdas na ordem dos 10 mil dólares”.

Segundo Manuel Fradinho Oliveira, “cada minuto de paragem numa fábrica pode representar perdas na ordem dos 10 mil dólares”

 

Eliminar esses problemas, com soluções como a KIT-AR, tem efeitos positivos imediatos, seja do ponto de vista do custo operacional como tempo de trabalho, consumo de energia ou água, seja na redução de desperdícios e eliminação de resíduos, sem esquecer a segurança no chão de fábrica ou associada à utilização posterior dos produtos fabricados. “É isto que nós tentamos resolver, dando apoio ao operário, para ficar do género super homem”, continua o fundador da KIT-AR, destacando “a possibilidade de reduzir erros antes de eles acontecerem”. Apesar do foco industrial e fabril, para Fradinho Oliveira a tecnologia pode ser aplicada a “qualquer área em que seja necessário ter acesso à informação de forma atempada, e depois fazer o controlo de qualidade”. Dá como exemplo a Saúde ou a Gestão de Ativos.

Acelerador 5G: Vitória da KIT-AR antecipa vantagens da nova rede móvel

Já com a tecnologia implementada no mercado e clientes em Portugal, Inglaterra, Alemanha e Noruega, a KIT-AR foi a grande vencedora do Programa Acelerador 5G, promovido pela NOS e pela Amazon Web Services, em parceria com a Startup Lisboa. A KIT-AR destacou-se entre os 13 finalistas da iniciativa, um orgulho que Manuel Fradinho Oliveira não esconde, mas prefere acima de tudo destacar a possibilidade de fazer testes 5G ao seu produto: “O 5G esteve sempre [pensado] no início da empresa, mas era só daqui a um ano, um ano e meio, porque a tecnologia ainda não está madura, daí o nosso interesse no Acelerador 5G, da NOS”. De acordo com o fundador da KIT-AR, o programa de inovação colaborativa permitiu “começar a fazer as modificações e a melhoria da tecnologia de base no produto, para ser 5G ready”.

O 5G esteve sempre no início da empresa, mas era só daqui a um ano, ano e meio. Daí o nosso interesse na aceleradora 5G, da NOS

Por outro lado, o CEO lembra o “acesso aos mentores e às pessoas com bastante experiência no mercado”, que no caso da área tecnológica são “early adopters, que estão disponíveis e creem na inovação, estão dispostos a apostar em novas startups e experimentar nova tecnologia”. Isso é particularmente importante na área de manufacturing, onde a KIT-AR mais opera, pois as empresas são “ainda mais cautelosas em adquirir tecnologia de uma startup jovem”, uma vez que “estão a pensar num fornecedor para um relacionamento de vários anos”.

Entre Portugal e Inglaterra, com foco na Europa

A KIT-AR, que se assume de raiz como uma empresa europeia, não só existe já há quase quatro anos, como opera em vários países, estando a equipa de duas dezenas de pessoas dividida essencialmente entre Portugal e Inglaterra, onde Manuel Fradinho Oliveira vive. E a utilização da Realidade Aumentada ou da inteligência artificial não faz do trabalho da empresa mais ‘virtual’, principalmente nas fases iniciais de implementação do produto junto de um cliente. Há um grande trabalho de colaboração, de visita ao local e de perceber bem como a KIT-AR pode ajudar.

A partir daí, a ideia é que seja a própria empresa a introduzir o conhecimento que já tem do seu negócio. “Nós queremos que os nossos clientes sejam autónomos, queremos focar no desenvolvimento da tecnologia e do produto”, explica Manuel Fradinho Oliveira, “não vamos ensinar aos nossos clientes como devem fazer os seus produtos, eles é que sabem. Temos é que dar as ferramentas necessárias para conseguirem usar a tecnologia”.

"Não vamos ensinar os nossos clientes como devem fazer os seus produtos. Temos é que dar as ferramentas para conseguirem usar a tecnologia”, explica o CEO da KIT-AR

“Com o 5G nós vamos conseguir expandir ainda mais e abrir ainda mais oportunidades de negócio”, acredita o fundador da KIT-AR. Manuel Fradinho Oliveira destaca o aumento das capacidades computacionais do device em 5G, que pode suportar mais instruções para o operário, e a própria autonomia da bateria, devido a todo o processamento de dados que neste momento ainda é feito no próprio equipamento: “O facto de ter 5G permite capturar imagem e vídeo, e depois passar para o edge, onde pode haver algoritmos mais sofisticados”. Em Portugal, a empresa está já a colaborar com a NOS numa parceria “em que a NOS vem com a tecnologia 5G, a parte das comunicações, e a KIT-AR vem para o mercado com uma aplicação que faz uso do 5G”.

Os parceiros certos ajudam a inovar, a transformar, a partilhar as melhores ideias, e a NOS trabalha com empresas e startups de todo o tipo de sectores em soluções 5G para as mais variadas áreas da sociedade. Inovações tecnológicas com benefícios reais e imediatos, que dão motivos para avançar.

A KIT-AR já está a abrir caminho para o desenvolvimento tecnológico, em Portugal e no mundo, e não está sozinha. Há mais histórias para contar, mais projetos inspiradores e mais startups inovadoras para conhecer. É tempo de fazer.