IA Generativa: Cibersegurança e outras tendências de 2024

IA Generativa: Cibersegurança e outras tendências de 2024
19
jan
2024
TENDÊNCIAS
NOS
5 minutos de leitura
Atualizado a
19 jan 2024

Do crescimento económico à cibersegurança, estas são as tendências de Inteligência Artificial Generativa, ou IA Generativa, para 2024.

A inteligência artificial continua a ser um tópico de discussão e uma tecnologia que se continuará a espalhar pela vida pessoal e profissional de milhões de pessoas em todo o mundo. Contudo, um dos seus derivados é especialmente importante para as PME - a inteligência artificial generativa. 

Este tipo de tecnologia nasce na década de 1960 com o aparecimento dos primeiros chatbots mas é em 2014, com o desenvolvimento dos GAN (Generative Adversarial Networks), que dá o grande salto. A partir deste momento, a IA é capaz de criar imagem, texto, vídeo e grafismos de alta qualidade numa questão de segundos, e plataformas como o ChatGPT são exemplos perfeitos disso.

Atualmente, mais de dois terços das empresas europeias já utilizam algum tipo de solução baseada em IA e há portugueses entre elas. Por exemplo, o Ministério da Justiça criou um serviço de apoio ao cidadão com a ajuda do ChatGPT. Já os CTT apresentaram ao país Helena, um chatbot para atendimento ao cliente, o mesmo tipo de tecnologia que os utilizadores podem encontrar no Fórum NOS.

Deste modo, importa perceber qual o presente e o futuro imediato da inteligência artificial generativa. Neste artigo poderá ficar a par das grandes transformações que o esperam em 2024, e compreender como a IA pode fazer a diferença na sua PME.

Não há dúvida que 2023 foi o ano da IA. Já não estamos apenas a falar de inovação IA no abstrato. Estamos a ver produtos reais, implementação, e ganhos na produtividade. - Satya Nadella, “2023: Year of AI” via Microsoft

O crescimento económico proporcionado pela IA Generativa

Segundo um estudo apresentado pela https://www.nos.pt/empresas/solucoes/colaboracao/ferramentas-de-colaboracao/microsoft-365 no final de 2023, 71% das empresas já usam inteligência artificial e, de um modo geral, cada 1 dólar investido traduz-se num retorno de 3.5x. Este aumento deve-se a vários fatores, incluindo:

  • Melhor produtividade das equipas, através de ferramentas de comunicação e de análise que lhes permite resolver problemas mais depressa;

  • Melhor atendimento ao cliente, com centrais de contacto em tempo real e capazes de guiar o consumidor de forma eficaz e rápida, personalizando a sua experiência;

  • Uma cibersegurança reforçada, com a inteligência artificial a ser capaz de detectar intrusos e proteger tanto a informação dos clientes, como a da empresa;

  • Simulações que eliminam processos redundantes, encontrando as melhores cadeias de trabalho;

  • Monitorização das tendências, garantindo que se mantém à frente da concorrência e sempre ao encontro do que mais desejam os consumidores.

O acompanhamento dos assistentes virtuais

Segundo dados da Microsoft, 57% do tempo das equipas é dedicado a tarefas administrativas, comuns mas indispensáveis, como a elaboração de relatórios ou a gestão de e-mails, deixando apenas 43% do tempo para tarefas criativas e que vão realmente auxiliar a evolução da sua empresa. Para combater este problema, a Microsoft apresentou o Copilot, uma ferramenta que utiliza inteligência artificial para apoiar todo o tipo de profissionais, desde a eliminação de e-mails, à criação de apresentações powerpoint ou à produção de relatórios que podem depois ser adaptados ou complementados pelo usuário - tudo sendo preciso apenas alguns inputs básicos.

A pesquisa interativa e a criação instantânea de imagens ou vídeos 

Outro exemplo prático que vai mudar o seu dia-a-dia é o Bing Chat, também encontrado no Copilot. Esta ferramenta permite ao utilizador falar com um chatbot, via voz ou texto. Ele recebe a questão e retorna a resposta de forma prática e rápida. E porque não criar uma imagem? Basta fornecer um input ao Bing Chat, por exemplo, “um presente de Natal com um smartphone” e o programa irá criar uma imagem que pode utilizar.

Uma tecnologia para todos, em todo o lado (LLMs e SLMs)

Os LLMs, ou Large Language Models, são ferramentas que usam texto e outro conteúdo para treinar uma network que, por sua vez, é utilizada para gerar texto, imagens ou vídeos. Por exemplo, o ChatGPT utiliza o LLM chamado GPT-4. Ele armazena informação que depois, através do ChatGPT, usa para fornecer o utilizador com as respostas que pretende.

Tecnologias como esta tendiam no passado a estar reservadas a grandes empresas, havendo no máximo acesso por parte de médias empresas em crescimento. Contudo, o facto de podermos aceder aos LLMs via cloud, permite aceder a infraestruturas maiores e escaláveis, bem como a modelos em open-source que podem ser manuseados por todos. Por exemplo, o Microsoft Azure já possui várias ferramentas que ajudam PMEs neste sentido.

Por outro lado, atualmente temos também acesso aos SLMs (ou Small Language Models) que, apesar de serem menos sofisticados, são ideais para pequenas empresas e podem ser encontrados em serviços como o Microsoft Azure.

IA Generativa e o avanço na cibersegurança

Era impossível falar de IA Generativa sem mencionar a sua importância para a cibersegurança das empresas. Nunca houve tantos ataques, nem tantas formas diversificadas de ataques. O simples phishing, que ainda é muito prevalente, foi ultrapassado por processos mais complexos e perigosos como o ransomware, onde os seus dados são feitos reféns. Os vírus que tornavam o seu computador mais lento, são agora capazes de destruir toda a infraestrutura em segundos ou minutos. A espionagem empresarial também nunca foi tão comum, facilitada por passwords fracas ou escritas num papel deixado na secretária de um colega que confia em quem o rodeia.

Ainda que o cuidado humano seja fundamental, treinando a sua equipa para estar atenta a possíveis ciberataques, não deve descurar as vantagens proporcionadas pela IA Generativa, aliada a tecnologias como o Machine Learning (capaz de analisar dados em grande escala) e a Automatização. Por exemplo, a inteligência artificial consegue analisar os acessos da sua empresa e detetar, ou até mesmo prevenir, acessos indesejados. Quando detetada uma ameaça, a IA pode reagir imediatamente, bloqueando o invasor ou protegendo os dados.

O número de ciberataques focados na descoberta de passwords aumentou no último ano para uma média de 4000 ataques por segundo. - “The State of Cybercrime”, Microsoft

Avanços tecnológicos com responsabilidade e cuidado

Muitos têm receio em usar tecnologias como a inteligência artificial generativa, devido aos possíveis usos nefastos que esta propicia, no entanto, a realidade é que esta é uma preocupação antiga e atualmente existem organizações que vigiam o seu desenvolvimento. O Frontier Model Safety Forum (formado pelo Google, Microsoft, Anthropic e OpenAI), a Ordem Executiva assinada por Joe Biden em 2023 sobre IA, e o EU AI Act são exemplos disso.

Na União Europeia, o meio em que se encontra a sua PME, o EU AI Act garante que as tecnologias colocadas à disposição dos profissionais são transparentes, incluem documentação apropriada, cumprem a legislação da União Europeia, e oferecem risco mínimo aos seus utilizadores.

Sustentabilidade e um mundo mais verde

Se as suas preocupações se prendem ainda com a sustentabilidade de tecnologias como a IA Generativa, a realidade é que esta não é apenas relativamente verde, como permite avanços na agricultura e em outras áreas focadas na proteção e preservação do planeta. Claro, existem emissões associadas à criação de tecnologias de IA, na produção de computadores e servidores que as correm. Contudo, muitas das empresas já dependem de energias renováveis e, além disso, a própria inteligência artificial está a ter um grande impacto na pesquisa e no desenvolvimento de modelos modernos mais verdes e sustentáveis.

[As empresas estão a usar a IA para] evoluir a sustentabilidade, ao monitorar o ambiente em novas formas, ao proteger ecossistemas críticos, e inovando para alimentar a nossa população em constante crescimento. - Satya Nadella, “2023: Year of AI” via Microsoft

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